Gold no Canadá...

domingo, fevereiro 24, 2008

O conto das havaianas




Amigos,

Este post não está relacionado ao Canadá.

Hoje acordei com a lembrança das férias que passei em Salvador uma vez. E resolvi compartilhar com vocês. Todos os nomes serão alterados para manter a privacidade dos participantes.

Isso aconteceu em dezembro de 1997. Fui passar 2 semanas de férias em Salvador com dois amigos, o Ricardo e a Paula.

Estávamos todos na faculdade, e todos trabalhavam muito, por isso resolvemos ir para lá, para curtir praia por uns dias e voltar para Brasília para voltar a trabalhar em janeiro.

Nosso primeiro fato interessante aconteceu no nosso primeiro dia na cidade. Chegamos a Salvador após uma longa viagem de ônibus e fomos para o Albergue da juventude deixar nossas coisas e já seguir para a praia. O Ricardo já conhecia a cidade e sendo assim, sugeriu que fóssemos para uma praia mais distante chamada Piatã, que apesar de ser mais distante era mais limpa e segura.

Seguimos de busão, e ao chegar, eu neurótico como sempre, amarrei nossas mochilas e a bolsa da Paula na cadeira de praia. A Paula tranquila como sempre desamarrou a bolsa para pegar alguma coisa e deixou solta, depois de uns 10 minutos, um vendedor de castanhas que estava passando, olha para ela e diz:"Moça, você foi roubada!" e a Paula, inocente, fala:"Eu??? Imagina... Acho que o Sr. Tá enganado." e ele responde mais uma vez:"Cadê sua bolsa?" E somente então que ela se dá conta que sua bolsa sumiu...

Desespero geral, e mais ainda quando descubro que a Paula, havia levado a bolsa para a praia contendo objetos essenciais para uma tarde na praia, como por exemplo: talão de cheques, a carteira completa (incluindo cartões de banco e todo, isso mesmo TODO o dinheiro que ela havia levado para suas férias) e passagem de volta. O porquê dela ter levado isso tudo para a praia não foi esclarecido até hoje.

Depois do choque inicial, fomos fazer o essencial e registrar a ocorrência na Delegacia, e a primeira que achamos perto da praia somente funcionava de segunda a sexta em horário comercial, mas tudo bem. Seguimos para a outra que nem ficava tão longe. Registramos a ocorrência e considerando que a Paula estava muito nervosa e chorando, numa tentativa de melhorar seu estado de ânimo, eu sugeri que ela abraçasse o cara da delegacia para tirar uma foto, mas eu disse isso rindo, e claramente brincando, mas quando o cara abraçou ela, eu tive que tirar uma foto...a qual eu tenho até hoje, mas não posso publicar por razões de segurança da minha família que ainda mora em Brasília, porque mesmo que ela não consiga mandar me matar aqui em Ottawa, a Paula sabe onde minha família mora...

Bom, depois disso, nos sugeriram que voltássemos a praia para verificar se alguém havia achado a carteira dela com os documentos pelo menos. Chegamos no posto policial da praia e explicamos nossa situação, e o guarda de plantão pegou o primeiro menino de rua que ele viu passando, e perguntou:" Você roubou esta mulher?", depois de mais ou menos um minuto olhando para a cara da Paula, o menino respondeu:" Não, esta aí não..." e o guarda olhou para a Paula e disse:"tá vendo? eu não achei nada e ele tá dizendo que não roubou a senhora, então não posso fazer nada." E depois disso, voltamos para o albergue, onde a Paula foi escurraçada por seu pai via telefone. E para compensar isso, ela e o Ricardo resolveram encher a cara e sentar numa mesa de bar no meio do pelourinho, também tenho uma foto disso, que não posso publicar pelas mesmas razões supracitads. E haja ressaca no dia seguinte...

Depois disso, a Paula ficou mais esperta e continuamos tentando aproveitar nossas férias. Como a Paula estava sem dinheiro para fazer algumas coisas não-essenciais, como comprar comida, passamos quase duas semanas comendo miojo...

Bom, para encurtar um pouco a história, nos últimos dias de nossas férias, fomos passear no parque do pituaçú perto da praia de piatã, e enquanto caminhávamos, vimos um guarda passar correndo e ele nos disse: andem em grupos porque estão assaltando pessoas aqui no parque. Escutamos o aviso do guarda e seguimos nosso caminho. Mais ou menos uns 5 minutos depois, do meio do mato, sai uma criatura de mais ou menos 1,90m, com a mão embaixo da camisa e nos dá boa tarde. A Paula que já tava escolada, só olha para mim e diz :É hoje!!!

Como estámos todos antevendo o que iria acontecer, ficamos todos calados, ao que o indivíduo repete o "boa tarde", e depois que respondemos ele, nos informa o seguinte:"isso é um assalto, todo mundo passa o chinelo!".

Na hora me deu um frio na barriga danado, porque eu estava com uma mochila com todas as 3 máquinas fotográficas, as carteiras e as toalhas de praia, mas acho que como ele estava com pressa, só queria nossos chinelos. Tiramos os chinelos e jogamos para ele.. e ele só nos diz para ir embora e nem olhar para trás, o que fazemos. Depois de uns 30 segundos, o cara começa a gritar pela Paula:" Moça, peraí!" e ela ao perguntar o que ele queria, ouve a seguinte pérola:" Leva esta porcaria desta havaiana de volta, que isso eu não quero!!!" (Havaianas não eram produto de exportação na época).

Pausa para observação: imaginem a cara de uma pessoa que acabou de ser assaltada e humilhada.

A Paula depois de escutar isso, começa a gritar com o cara:" Que humilhação!!! Agora pode levar!!!! Que absurdo!!!" e eu não sei se ela estava dizendo isso de nervoso ou o que, mas ela estava falando sério. O cara já havia jogado as havaianas de volta e já havia sumido no meio do mato há muito tempo. Cheguei perto dela e discretamente disse:" criatura, cala a boca porque ele tem uma arma e vamos embora!!"

E acreditem, ela veio reclamando o caminho todo de volta para o albergue que se sentia humilhada.

Estávamos no começo do verão em Salvador e eram umas 4 horas da tarde. E depois de termos nossos chinelos roubados, tínhamos que chegar ao albergue descalços e para isso tínhamos que atravessar ruas e coisas assim, descalços por sinal e com a Paula reclamando. E neste ponto, eu mesmo já estava considerando a possibilidade de roubar a chinela da Paula eu mesmo, mas achei melhor não.

Chegamos no albergue com os pés cheios de bolhas e a Paula reclamando.

E depois disso fomos dormir...

É...estas foram minhas férias de dezembro de 1997...E eu continuo guardando as fotos da Paula, esperando o dia em que ela for rica ou pousar para a playboy para a gente negociar um preço para estas fotos...

Abraços,

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A que cidade européia vc pertence????

Amigos,

Vi no blog do Danilo, que viu no blog da Alexandra, um teste chamado a que cidade européia vc pertence?

Achei interessante, fiz e achei o resultado mais interessante ainda:

You Belong in Dublin



"Friendly and down to earth, you want to enjoy Europe without snobbery or pretensions.
You're the perfect person to go wild on a pub crawl... or enjoy a quiet bike ride through the old part of town."

Dublin é umas das cidades que não conheço ainda na Europa, mas que está nor primeiros lugares da minha lista de cidades a conhecer (bem ao lado de Estocolmo e Amsterdam).

Abraços,

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domingo, fevereiro 17, 2008

Vc sabe que está no Canadá...

Amigos,

Recebi isso por email, e achei legal, por isso vou postar no blog. Marquei as 3 que acho mais reais. Detalhe, está tudo em inglês:

If your local Dairy Queen is closed from September through May, you may live in Canada.

If someone in a Home Depot store offers you assistance and they don't work there, you may live in Canada.

If you've worn shorts and a parka at the same time, you may live in Canada

If you've had a lengthy telephone conversation with someone who dialed a wrong number, you may live in Canada

If "Vacation" means going anywhere south of Muncie for the weekend, you may live in Canada .

If you measure distance in hours, you may live in Canada

If you know several people who have hit a deer more than once, you may live in Canada

If you have switched from "heat" to "A/C" in the same day and back again, you may live in Canada

If you can drive 90 kms/hr through 2 feet of snow during a raging blizzard without flinching, you may live in Canada

If you install security lights on your house and garage, but leave both unlocked, you may live in Canada

If you carry jumpers in your car and your wife knows how to use them, you may live in Canada

If you design your kid's Halloween costume to fit over a snowsuit, you may live in Canada


If the speed limit on the highway is 80km -- you're going 90 and everybody is passing you, you may live in Canada

If driving is better in the winter because the potholes are filled with snow, you may live in Canada

If you know all 4 seasons: almost winter, winter, still winter and road construction, you may live in Canada


If you have more miles on your snow blower than your car, you may live in Canada .

If you find 2 degrees "a little chilly", you may live in Canada

If you actually understand these jokes, and forward them to all your Canadian friends & others, you definitely live in Canada

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Lembranças de mais de um ano atrás




Queridos amigos,

Ontem, ao ler o post da Valéria, e sobre as despedidas que ela está passando, lembrei de quando foi comigo.

Eu sempre disse que a parte mais complicada do processo de imigração só começa depois da emissão do visto, e acho que muita gente nunca acreditou em mim. Mas deixar para trás todas as suas referências, todas as pessoas que você conhece e que são parte da sua vida, é uma coisa complicadíssima, mas que faz parte da escolha que fizemos.

Entendo 100% o que a minha amiga está passando porque apesar de estar aqui há pouco mais de um ano, já fui ao Brasil duas vezes desde que cheguei, e toda vez que volto para cá, eu choro como um menino de 3 anos quando abraço minha mãe e meu pai. E quando chego aqui, eu ainda passo umas 2 semanas me perguntando por que voltei...

Mas por outro lado, existem coisas muito boas que acontecem aqui, e o crescimento que isso representou para mim, não tem preço. Experiências, como montar uma simples mesa de computador, que me levou o dia inteiro e ainda por cima sobraram duas peças que não descobri onde entram até hoje, são coisas que me fizeram crescer e me deixaram dolorido que só eu sei... mas valeram a pena. Comprar um travesseiro, e ficar feliz da vida por isso e quase manter um caso de amor com o bendito...

Ver a passagem das estações, experimentar a primeira tempestade de neve, a primeira vez que seu nariz e dedos congelam, todas são experiências interessantes (não necessariamente boas) e que fazem parte do crescimento.

A distância é cruel sim e aos poucos afasta as pessoas. Mas ao mesmo tempo esta mesma distância funciona como uma peneira na sua vida, porque seus verdadeiros amigos continuarão seus amigos. A presença deles em nossas vidas não é mais tão forte porque as realidades são diferentes e porque não dá para ficar ligando para o Brasil o tempo todo, mas existem outros meios de se manter contato e digo com certeza que tenho amigos no Brasil, com quem converso pelo msn direto, e que sabem mais do que acontece comigo aqui no Canadá, do que algumas pessoas com quem convivo aqui.

O que me deu mais forças e sempre me conforta é saber que na realidade, não estamos deixando nada disso para trás. Trazemos tudo conosco: nossa experiência, lembranças e amigos, que apesar da distância, os verdadeiros amigos, continuarão a ser seus amigos. E o mais importante de tudo, trazemos conosco nossa família.

As emoções são grandes, mas fazem parte do processo como um todo, e logo se tornam lembranças que terão seu devido valor, na hora certa.

Desejo a todos uma ótima semana.

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segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Novos hábitos



Amigos,

Este final de semana, resolvi aderir a um dos grandes hábitos canadenses: a patinação no gelo.

Apesar de todo o meu medo, do gelo, no sábado logo cedo pela manhã, saí para comprar meus patins em companhia de uma amiga que usou um argumento muito válido: "já que você mora no Canadá, tem que aproveitar as atividades de inverno, pois faz frio por quase metade do ano. E é verdade. E fazendo minhas contas, acho que faz mais sentido comprar patins do que alugar. Eu sempre gostei, mas sempre tive muito medo de cair, ainda mais no canal que congela naturalmente, então o gelo não fica tão uniforme como nas arenas de patinação que existem na cidade.

De qualquer forma, comprei meus patins na Sports Expert, no Centro Rideau e lá fui eu para o Canal com um grupo de amigos.

Como era minha primeira vez, aluguei um trenó, para poder ter no que me segurar, e assim segui pelo Canal.

Foram duas horas de muita emoção, e cada vez que eu via uma criança de uns 3 ou 4 anos passando por mim como se fosse o papa-léguas, eu simplesmente não conseguia acreditar que uma criatura tão pequena podia patinar tão rápido, mas segundo um amigo que mora aqui, parece que tem gente que aprende a patinar antes de aprender a andar.

As atividades de inverno são muito importantes nesta época, caso o contrário, acabamos nos trancando dentro de casa e a depressão encontra terreno fértil para se instalar. Não sou muito fã de sair quando a temperatura está abaixo de -15C, como hoje pela manhã por exemplo, mas também se me tranco dentro de casa, não dá certo.

Bom, aproveitei bastante o sábado, e em compensação no domingo eu estava um caco de novo. E entendo bem que isso é um sinal de que não faço atividade física... mas se serve de consolo, estou pensando sériamente em entrar numa academia... mas tem que ser com tempo, né galera... eheheheh

E aqui estou eu, aprendendo a patinar ao lado do meu amigo:



Abraços a todos e boa semana.

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sábado, fevereiro 02, 2008

E vamos ao Leão...




Amigos,

Conforme prometido, vou falar sobre os impostos aqui no Canadá, mas antes de começar a fazer isso, quero lembrar a todos que não sou especialista e que no final das contas achei que era trabalho demais e tomei o caminho dos preguiçosos: contratei um contador.

O cara só me cobrou 30 dólares para fazer minha declaração.

Meu drama no ano passado começou quando descobri que eu não poderia fazer minha declaração eletronicamente, a primeira declaração que se faz, tem que ser impressa, e este foi meu primeiro problema. O segundo problema foi que eu não me sinto confortável o bastante com meu francês para fazer a declaração em francês, e inocente que sou, liguei para a Agence de Revenu du Québec e perguntei se eles tinham formulários em inglês...(eheheh, eu era tão inocente) e qual não foi minha surpresa ao ouvir a resposta do gentil funcionário: "e por que nós teríamos?" e eu respondi:"Por que o Canadá é bilíngue" e ele respondeu: "isso é verdade, mas o Québec não é, nosso língua é francês".

Não vi ponto em discutir com o cara, porque na verdade ele estava me informando, mas este foi mais um dos momentos em que minha ficha caiu sobre as diferenças entre o Canadá e o Québec.

Depois disso, eu realmente desisti de fazer minha própria declaração e resolvi ligar para o contador.

Para os que ainda não estão acostumados com o sistema de impostos no Canadá, aqui existem duas declarações a serem feitas: a federal e a provincial. Quase todas as províncias (com exceção do Québec, obviamente) permitem fazer as declarações de forma unificada.

Antes que possamos começar a fazer a declaração do imposto, o empregador deverá nos entregar um formulário com a declaração dos nossos rendimentos. Este formulário é o T4.

Um fato muito importante e que nem todos os contadores sabem é o seguinte: as primeiras declarações, tanto federal, quando a provincial devem ser enviadas para endereços distintos.

O formulário a ser preenchido chama-se T1 e pode ser obtido em todas as agências do Canada Post ou poderá ser impresso no site do Canada Revenue Agency. Que aliás, eles têm uma página exclusiva para recém chegados ao Canadá, vale a pena das uma olhada e é só clicar aqui.

No que diz respeito ao governo Federal, a primeira declaração deverá ser enviada para o seguinte endereço:

International Tax Services Office
Canada Revenue Agency
2204 Walkley Road
Ottawa ON K1A 1A8


No que diz respeito ao Québec, o negócio é diferente. Os formulários poderão ser obtidos em qualquer agência da Caisse Populaire Desjardins no Quebec e a primeira declaração deverá ser enviada para um dos seguintes endereços (atenção a isso, porque meu contador não tinha nem idéia disso):


Montréal
Revenu Québec
C. P. 2500, succ. Desjardins
Montréal (Québec) H5B 1A3


Québec
Revenu Québec
Centre de traitement
C. P. 25000, terminus postal
Québec (Québec) G1A 1A8


Uma outra observação é a seguinte, pelo menos aqui em Ottawa, eles não aceitam que se entregue a declaração pessoalmente, ela deverá ser enviada pelo correio.

Existe uma cartilha muito interessante para quem é novo imigrante no Quebec e que dá maiores detalhes, chamada: Les nouveaux arrivants et l'impôt

Ambas as declarações devem ser submetidas até 30 de abril, se não em engano.

Neste ponto, tenho que me desculpar com alguns leitores, porque não sei exatamente o nome do formulário a ser preenchido porque o contador que fez isso da última vez...

Depois de enviada a declaração, que recomendo que enviem por correio registrado, o governo federal e o governo de Québec enviam uma carta contendo a confirmação de que a declaração foi recebida e com o resultado: se há restituição a receber ou imposto a pagar.

Para este ano, me resta torcer que eu tenha restituição... mas sinceramente não creio...

Bom, por enquanto acho que é só, e isso foi tudo que consegui me lembrar, se tiverem dúvidas, mandem e se souber, vou ter grande prazer em responder, ok?

Grande abraço a todos e boa semana.

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O Doce Inverno...

Amigos,

Este comercial é de um site de viagens aqui no Canadá, e ele expressa tão bem o sentimento geral em relação ao inverno, que eu não poderia deixar passar em branco.

É a mesma agência que fez este video aqui, que já é velho conhecido de todos nós...

Em breve postarei o prometido post sobre impostos aqui, estou trabalhando nisso, galera.

Abraços,

Goldman.