E hoje? como está tudo?

Amigos,

Este post será em resposta a uma pergunta que já recebi várias vezes por emails e comentários.

Já me perguntaram várias vezes se hoje, eu penso em voltar para o Brasil. E acho que mesmo depois de mais de dois anos, eu ainda não sei.

Os vínculos que tenho com o Brasil são muito fortes. Minha família e amigos são partes muito vivas da minha vida, e por isso a saudade é uma parte de mim que está sempre presente. Com o tempo aprendemos a conviver com ela. Mas existem coisas importantes para mim, como o crescimento da minha sobrinha mais nova, que eu nunca vou fazer parte, ou poder acompanhar como gostaria.

Casamentos de amigos, falecimento de parentes, tudo isso são coisas que acontecem quando estamos longe e que não podemos estar por lá para dar um abraço de felicidade ou de conforto. Isso me incomoda.

Por outro lado, já me sinto bem adaptado aqui, minha vida e meu emprego estão aqui agora, assim como minha convivência.

Quando vou ao Brasil visitar minha família, tenho uma sensação muito boa quando chego ao Brasil. O cheiro que sinto no aeroporto de Guarulhos é um cheiro de Brasil, de lar. Que quando sinto, sei que estou perto daqueles que amo.

Foi preciso que eu saísse do país, para conseguir ver as coisas boas que existem aí. Antes eu só conseguia ver o que há de pior. E antes que os mais apressados digam, eu respondo: não, eu não estou arrependido de ter vindo para cá, e não acho que o Brasil é o melhor lugar do mundo. Tem problemas como qualquer outro lugar, inclusive o Canadá.

Já vi imigrantes que chegaram aqui com a idéia de que aqui era o paraíso. Um lugar perfeito, e infelizmente se desiludiram quando se depararam com a realidade. Gente "esperta" tem em todo lugar, e neste ponto, eu fico mais feliz ainda por ser brasileiro, porque para nós é mais fácil ainda reconhecer quando alguém tá querendo passar a perna na gente.

Desconfiado como sou, eu nunca baixei minha guarda quando cheguei. Tá certo que hoje estou bem menos atento do que quando cheguei, mas mesmo assim ainda sou desconfiado o bastante para canadense nenhum me passar para trás.

Como eu disse um vez, voltar para o Brasil é uma possibilidade sim. Uma possibilidade não muito concreta hoje, mas quem sabe né? Não digo que nunca volto porque minha família está toda lá, mas hoje, eu não planejo isso.

Ainda mais agora que o inverno tá quase no fim...eheehhe

Acho que por enquanto é isso, o resumo da ópera é que já estou cansado do inverno, muito muito mesmo, mas tá acabando e isso me dá força, então vamos todos aproveitar e tenho uma ótima semana.

Abraços

Semana ocupada

Amigos,

Tive uma semana meio ocupada, mas interessante.

O mais interessante mesmo começou com a visita do nosso querido presidente americano a Ottawa na quinta-feira da semana passada. O engraçado foi que fecharam grande parte das ruas que dão acesso ao parlamente, e quando digo que fecharam, é porque fecharam mesmo, inclusive para pedestres.

Não posso reclamar muito porque apesar de morar no centro da cidade, ainda consegui chegar ao trabalho sem problemas ou desvios, e uma coisa legal é que um dia antes, já tinham enviado para tudo quanto é lado, as ruas que estariam fechadas devido à visita.

O esquema de segurança foi uma coisa que eu nunca tinha visto aqui no Canadá. Para falar a verdade, não sei se nunca tinha prestado a atenção, mas eu nunca tinha visto helicopteros aqui, mas neste dia, eles não paravam de passar por todos os lados aqui no Centro da cidade, apesar da neve que caiu desde quarta e durou até ontem a tarde.

Vi também no noticiário que desde às 4:30, já haviam pessoa que ficaram na colina do parlamento para tentar ter uma visão melhor do Presidente, o que eu pessoalmente achei um exagero. E me desculpem o comentário maligno, mas achei engraçado pacas, quando às 9:00 da manhã, a polícia retirou todos por medida de segurança, eheheheh. Imagina a felicidade destes caras que estavam lá desde às 4:30? Eu tava na minha cama, bem quentinho e debaixo do meu cobertor...

Fiquei sabendo que vieram pessoas de Toronto, Kingston, Montreal e alguns até de mais longe, ou seja, a cidade ficou um tumulto só.

Para aqueles que conhecem a cidade, a polícia fechou as seguintes ruas: Wellington, Rideau, parte da Elgin, Queen, Sparks, e partes da Albert e Slater.

Fora a visita do tio Obama, ainda por cima, fui ver meu primeiro jogo de Hockey. Um amigo Canadense me convidou para ir com ele e sua família ver o jogo pela primeira vez. Este amigo já jogou Hockey quando estava na faculdade e conhece bem as regras, então ficou mais fácil entender o jogo e o maior desafio passou a ser conseguir acompanhar aquele bendito "puck"(aquele trequinho preto que ele usam como bola no Hockey, cujo nome não sei em português, se alguém souber, por favor, me avise, ok?).

Hockey é um jogo muito rápido e nos poucos momentos em que eu virei a cabeça, foram quando aconteceram os gols.

Como este foi meu primeiro jogo, meu amigo recomendou ver o Ottawa 67s, que é um time mais jovem daqui de Ottawa. Considerando que o time da "primeira divisão" deles, o Ottawa Senators, tá perdendo todas, meu amigo não recomendou gastar grana para assistir o time da casa perder.

Ir ao jogo é um evento familiar, e interessante para nós, que estamos acostumados com outro tipo de atitude no que diz respeito a assistir eventos esportivos. Torcidas misturadas, tranquilidade, famílias inteiras assistindo ao jogo e tranquilidade foram coisas que me surpreenderam, mas de certa forma, eu esperava.

E finalmente, hoje, depois de um convite de grandes amigos, foi matar um pouco da saudade do Brasil: participei de uma feijoada deliciosa preparada por uma galera profissional. A cada dia que passa fico mais sem graça de tanto que o povo daqui saber fazer coisas gostosas e eu...nada. A única coisa que eu sabia fazer direito no Brasil era mousse de maracujá, e que aqui não vou conseguir fazer porque não vou achar o suco de maracujá concentrado, então vou ter que encontrar outra coisa para fazer, porque a galera tá me deixando no chinelo e quanto tem reunião, eu não sei fazer nada...hummm...acho que vou tentar brigadeira de microondas, quem sabe dá certo, né?

Abraços a todos, bom final de semana e boa semana,

Filme para que te quero

Amigos,

Nesta época do ano em que o inverno já começou a me cansar, e minha imaginação já não está lá estas coisas, começa o meu festival particular de cinema.

Este ano, tive muita sorte, já que muitos filmes que me interessam estão em cartaz.

Os que acompanham o blog há mais tempo sabem que meu gosto varia, e eu gosto de ver quase virtualmente todos os tipos de filmes. Ultimamente, o que mais me chamou a atenção foram filmes feitos a partir de livros.

Já assisti um filme chamado "He's just not that into you", que por sinal achei muito muito interessante, considerando que para nós latinos, poderemos ver explicitamente todos os jogos de sedução que fazem parte da vida na América do Norte. Tanto da parte masculina quanto da parte feminina.

No sábado passado, fui com amigos assistir à nova versão de sexta-feira 13. Este filme me tirou muitas noites de sono quando eu tinha meus 13 anos. E hoje, eu não perco o sono por isso, mas durmo menos do que naquela época, acho que a idade faz isso com a gente, depois de comemorar 28 anos algumas vezes.

E hoje, finalmente fui assistir a um filme que eu aguardava ancioso: Confessions of a Shopaholic (em português: os delírios de consumo de Becky Bloom). Este filme foi feito baseado numa série super engraçada que eu adoro e que comecei a ler quando cheguei aqui no Canadá.

Confesso que fiquei bem decepcionado com o filme. Não sei se pelo fato que eles se afastaram tanto da história do livro, tiveram que adaptar tanta coisa que no final das contas, um filme que para mim tinha tudo para ser um ótimo filme, ficou sendo um filme de sessão da tarde, sabe aquele dos anos 80 que a gente vê 4 vezes por mês na globo? Pois é. Uma pena mesmo.



Como já faz um tempinho que não escrevo e só para dar um update a todos: o inverno continua firme e forte. E o festival de inverno começou no final de semana passado. E por uma infeliz coincidência, a semana passada foi estranhamente quente, o que resultou no derretimento de um monte de esculturas de gelo do festival e fechamento do canal Rideau, que estava aberto para patinação.

Quando finalmente fui por lá, já haviam restaurado todas as esculturas e o canal já está reaberto, para alegria geral da nação.

Bom, acho que por enquanto é isso, e vamos que vamos. Que venha a primavera.

Abraços e boa semana,