
Amigos,
OK, eu sei que parece que eu abandonei o blog, mas não é o caso. Como minha saúde não tem ajudado muito, eu não tenho estado com muito ânimo para escrever, mesmo porque depois de 2 anos, as novidades do processo de adaptação começam a ficar bem escassas.
Estou tentando muito mesmo, não fechar o blog porque através dele fiz excelentes amigos e sempre tenho muito prazer em ajudar àqueles que querem vir para o Canadá, mas os posts com o passar do tempo estão ficando mais escassos.
Se por um lado é complicado não ter novidades para colocar aqui no blog, por outro é legal que minha vida já entrou nos eixos da forma que eu queria e esperava. Já tenho um rotina, já sei o que esperar ao longo do ano. Fica mais fácil se planejar quando sabemos o que vem pela frente.
A companhia de ônibus de Ottawa (OC transpo) ainda está em greve, e isso dificulta nossas vidas imensamente. E eu que sempre reclamei das 2 ou 3 semanas de greve dos bancos, dos correios ou até mesmo dos ônibus em Brasília...ô bons tempos em que uma greve quase não passava de um mês...
No que diz respeito à minha saúde: tive um problema de infecção renal entre o natal e o ano novo. Depois de quase uma semana de muita dor, eu acabei cedendo e fui a uma "walk in clinic", estas clínicas são chamadas assim porque não tem necessidade de marcar consulta, e por isso os tempos de espera podem ser consideráveis.
Aqui em Ottawa, tem uma rede destas clínicas chamada AppleTree, que podemos ver no site deles, os tempos de espera nas diversas clínicas espalhadas na cidade. Para aqueles que estão curiosos, o site deles tá
aqui.
Esperei por mais ou menos 1 hora e meia, porque fui na clínica mais próxima do meu trabalho (já que a OC Transpo não ajuda), e quando o auxiliar me encaminhou ao consultório, já fez um monte de perguntas sobre o que eu estava sentindo, me pediu uma amostra de urina, quando voltei do banheiro, ele já fez um teste e viu que não era nenhuma infecção aguda.
Depois de uma milhão de perguntas, e do teste, o médico chegou, confirmou tudo que eu já havia dito e me perguntou se eu estava sentindo muita dor, e quando disse que sim, o médico já me deu uma receita para antibiótico (raríssimo aqui...). O engraçado é que isso tudo foi feito em menos de 5 minutos, quando pedi atestado para justificar minha ausência no trabalho, ele me deu, só que existe óbviamente uma pequena taxa a ser paga pelo atestado nestas clínicas, no meu caso, de CAD$20.00.
E fiquei de molho em casa por 3 dias...
Hoje já estou melhor, mas de vez em quando ainda sinto umas pontadas nas costas, acho que vai levar um tempo para melhorar geral.
Terceiro Inverno:
Eu já tinha escutado isso de outros brasileiros que estão aqui há mais tempo: o primeiro inverno é felicidade geral, o segundo nem tanto e do terceiro em diante o bicho pega.
Agora vejo que isso é a verdade mais absoluta.
Meu primeiro inverno, eu nem me senti tão de saco cheio, não nevou tanto, mas fez bastante frio, mas qualquer nevezinha era motivo para festa. As vezes, eu acordava de madrugada e via que estava nevando, e ficava olhando pela janela feito um bobo.
No segundo inverno, foi tanta neve que no final de janeiro, eu já estava como o brasileiro do conto em que o cara muda de volta para SP e começa a chamar a neve de merda branca.
E agora no terceiro, eu já comecei o inverno cansado. Não sei se foi porque este verão foi tão chuvoso que quase nem contou. Não pude aproveitar tanto quanto o primeiro, mas mesmo assim foi bom.
Não quero que me entendam mal, eu nunca deixei de ver os encantos do inverno. O famoso "White noise (Barulho branco)" de quando está nevando,que por sinal é um silêncio impressionante, ainda me encanta. A sensação de paz ao ver os flocos caindo lentamente é maravilhosa.
Mas ter que colocar todo aquele arsenal de roupas para ir ao mercado, continua sendo um grande inconveniente para mim.
Ainda assim, já estamos na metade do inverno e logo as tulipas estarão florecendo por toda a cidade, e logo não vou tomar choque todo dia. E isso faz parte dos encantos de morar num país com 4 estações muito bem definidas.
E para terminar, descrevo uma cena da vida de Ottawa. Ao passar pela rua Bank, vi na vitrine de uma sex shop a seguinte frase: "Free lube for all OCTranpo drivers who want to go f*ck themselves" (para os que não falam inglês: Lubrificante gratuito para os motoristas da OCTranspo que quiserem ir se f*der). E os motoristas de ônibus de Ottawa ainda acham que a população apoia a greve deles...tadinhos...
Vou tentar não ficar mais tanto tempo sem escrever, prometo, ok?
Abraços a todos,