Gold no Canadá...

quarta-feira, outubro 18, 2006

E finalmente as despedidas...e um pouquinho de ansiedade

E finalmente as despedidas...e um pouquinho de ansiedade
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Amigos,
 
A cada dia que passa, a reta final parece se aproximar mais e uma nova reta inicial se aproxima mais ainda. Tempos de ansiedade. Eu continuo acompanhando as mensagens da lista de discussão (e bota discussão nisso) Canada Immigration, que por sinal me ajudou muito e vejo que a ansiedade faz parte da vida de qualquer imigrante.
 
Tipos diferentes de ansiedade é claro. Enquanto ainda estamos no processo, existe a ansiedade do tipo: será que vou conseguir o visto? Nossa preocupação nunca é com o pós-visto, e sim com a possibilidade dele ser concedido ou não. E hoje, vejo que este tipo de ansiedade é complicado, mas não há muito o que fazer além de levar sua vida normalmente, tentar manter sua rotina do dia a dia de forma que você não viva em função do seu processo de imigração, já que o mesmo pode levar em média um ano.
 
Agora o tipo de ansiedade que enfrento agora (e que óbviamente me parece o pior deles, neste momento) é a ansiedade pós-visto e pré-embarque, porque existem um milhão de coisas a serem feitas, especialmente se o indivíduo tenta abarcar o mundo com as pernas assim como eu, ou seja, como embarco no dia 31 de outubro e ainda trabalharei até o dia 27 de outubro, as coisas estão um pouco corridas para mim neste momento, pois tudo o que tem que ser feito: cancelar cartões e contas fixas, separar o que vai, o que fica, o que será doado e o que será jogado fora, preparar malas, despedidas de parentes (para os que têm família em minas e goiás sabe o que quero dizer...) e tudo isso tem que ser feito depois do trabalho e durante os finais de semana que em tempos remotos eram usados para descansar... agora os finais de semana representam tempo a ser aproveitado e cada minuto tem que ser minuciosamente planejado para dar tempo de ver todos que ainda quero ver e fazer tudo o que ainda preciso fazer.
 
 
No final de semana passado fui a Goiânia e interior para me despedir de alguns parentes de lá. É sempre gostoso saber que têm pessoas por todas as partes que estão torcendo por você e que te querem bem. Alguns te chamam de louco quando te perguntam: você já foi lá? (não...) você conhece alguém lá? (não...) você tem emprego lá? (não...) e no final das contas até eu mesmo já estava quase convencido que eu sou mesmo louco, mas depois de sonhar com esta possibilidade por quase 30 anos, já ter vendido minha casa inteira, ter vivido sempre considerando que sairia do país mais cedo ou mais tarde e por isso nunca quis fazer um concurso público, acho que é uma loucura até bem planejada... mas que continua dando medo, continua...
 
E para finalizar, uma vez li num blog de uma outra pessoa a seguinte consideração sobre a saudade e que considero ser a mais pura expressão do que penso sobre ela:
 

"Saudade não se mede com palavras ou com gestos. Não tem peso, medida ou conceito. Saudade se sente, cada um à sua maneira, as vezes escondido, as vezes contido. Não é bom ou ruim, não tem raça, não tem cor, cheiro ou gosto. Saudade se sente com alma, pura, deslavada, sem medo. Saudade não distingue quem ou o quê, como, onde ou porquê. Saudade é um sentimento amargo que dói bem fundo. Pensamentos desconexos que turbilham, lembranças felizes que não se apagam. Saudade é para ser sentida, de qualquer jeito, mesmo que com a mão no peito. Saudade é para se ter orgulho, sentir-se vivo, se ter respeito. Saudade é o que sinto todos os dias quando me olho no espelho. Saudade de tudo e de todos aqueles que me rodeiam."

Abraços a todos