Praia de Mooney's Bay e o imigrante inconformado
Amigos,
Este locutor que vos fala, este final de semana, foi à praia de Mooney's Bay em Ottawa. Para aqueles que podem estar espantados, eu respondo: Sim, temos praia e no Canadá e mais ainda, temos praia em Ottawa. E antes que me perguntem: não, não são nem remotamente perto das praias brasileiras.
Eu que achava as águas do Espírito Santo frias, agora já não acho mais. Ontem ao chegar em Mooney's bay, tive a infeliz idéia de enfiar o pé na água e saí do rio com o pé doendo de tão fria que é a água.
No geral, a praia é linda, e mais uma vez entendi uma coisa que eu sempre via nos filmes: o por que de ninguém entrar na água. Fiquei lá com uns amigos quase o dia todo, e ficamos vendo um monte de gente jogando volei, futebol, e tudo que se possa imaginar. Gente tomando sol até torrar a pele e por aí vai.
A praia tem uma estrutura super legal, com uma mini lanchonete onde vendem de tudo, e com banheiros super acessíveis e centrais na praia. Achei a estrutura muito legal.
Para quem é de Brasília, praia de rio não é uma grande surpresa, mas devo avisar aos conterrâneos das regiões de praia que se preparem, porque com certeza não vão achar muito bom não...
Outra coisa: Levem a sério os avisos na televisão, sobre a radiação ultra-violeta, porque eu passei bloqueador, fiquei embaixo do guarda-sol a maior parte do tempo, não tirei a camisa e ainda assim, estou queimado... Como o Canadá fica mais perto dos pólos, sente-se muito aqui os efeitos do buraco na camada de ozônio.
O imigrante inconformado
Li uma reportagem estes dias numa revista feita para brasileiros que estão no Canadá, a revista Sotaque Brasileiro, um artigo interessantíssimo sobre Brasileiros que estão no exterior e não conseguem se adaptar porque querem viver no exterior como vivem no Brasil.
Segundo a reportagem, o que acontece é que algumas pessoas saem do país de origem por algum razão e querem continuar vivendo como viviam lá, então chegam aqui (no nosso caso) querendo encontrar tudo que encontrava no Brasil.
Se a pessoa chegar aqui querendo tomar suco de cupuaçú, comer acarajé, e carne de sol; esta pessoa vai ter sérios problemas de adaptação.
É óbvio que todos temos saudades daquilo que gostamos no Brasil, mas a pessoa que começa assim, em geral passa para outros estágios de insatisfação e a partir daí, o problema não é mais só a comida, tudo começa a ficar ruim: o clima, as pessoas, a cultura, a televisão. E quando chega neste extremo, a pessoa tende a se deprimir e se recusa a se adaptar à cultura local e cria na sua cabeça, um mundo ideal em seu país de origem. No país de origem
Este é um problema sério e que pode causar muita depressão, por isso amigos imigrantes, digo: abram suas mentes ao pensar em imigrar. Para mim, imigrar significa aderir novos hábitos, conhecer novas pessoas, e adaptar-se a uma nova cultura. E isso é a melhor parte do processo, a possibilidade de conhecer tudo novo, de refazer a sua vida com o conhecimento prévio que temos, o jogo de cintura de quem já morou num país onde de um dia para o outro, sua poupança pode ser confiscada pelo Presidente da República (e que agora virou senador...triste...). Temos estas vantagens e este jogo de cintura que nem todos os povos têm.
Por isso amigos, digo: que venham os brasileiros.
Abraços,