Amigos,
Hoje é o primeiro dia em que escrevo um post, estando eu no Canadá...e olha, sinceramente, eu sabia que não ia ser fácil, mas não imaginei que seria tão difícil assim...
Para aqueles que devem estar pensando ao que estou me referindo: como disse Jack o estripador, vamos por partes...
Primeiro: Dei uma puta sorte porque tinha escolhido a conexão mais distante possível, "just in case", e o engraçado é que o "case" realmente aconteceu, então, inocentemente, eu pensei que a greve, operação padrão, seja lá que diabo os controladores de vôo no Brasil estejam fazendo, não ia me afetar. Acontece que eles também estão atrasando os vôos internacionais, portanto, todo mundo que estava no avião e que vinha para Montreal perdeu a conexão, todo mundo, menos eu... porque de novo, eu peguei uma conexão que todo mundo achava louca, eu chegaria em Toronto as 6:30 e iria para Montreal às 15 horas porque eu queria ter tempo de ir até a CN Tower, que é o que mais me chama a atenção em Toronto.
Mas antes de colocar meu plano malígno em ação, eu precisava passar pela imigração e pela alfândega, o que foi 100% calmo. A gente pega uma fila como todo mundo, mas quando o guarda vê seu visto de imigrante, ele te pede que vá até o departamento de imigração... dai eu fui, chegando lá, já havia umas 5 pessoas na minha frente, e aos poucos minha vez chegou. A atendente me perguntou se eu tinha um endereço fixo no Canadá, eu disse que sim, daí ela, me fez mais algumas perguntas, me deu uns formulários para solicitar meu número de seguro social e me dispensou. Saindo de lá fui pegar minhas malas, peguei as benditas e despachei novamente para Montreal, e sai para esperar o onibus para Toronto (Airport Express, custa 28 dólares,ida e volta, se for de taxi fica em torno de 50 dólares cada trecho...). Parei em frente à CN Tower, subi, fiquei pasmo com a vista, tirei um monte de fotos e saí para ver mais algumas coisas. Voltei ao aeroporto e fiquei esperando meu vôo para Montreal.
Cheguei em Montreal uma hora mais tarde, peguei um taxi. Apesar de saber que ficaria caro, não havia a menor chance de sair arrastando 3 malas de 30 kilos e 2 de 10 kgs sozinho...Cheguei ao local onde reservei apartamento, paguei e saí para comprar comida e itens de higiene necessarios e depois foi só assistir televisão e dormir depois de 3 dias sem dormir direito.
FIM DA PARTE MENOS DIFÍCIL:
Bom, para quem achou que esta foi difícil, eu digo que não. A parte mais difícil para àqueles que pretendem imigrar sozinhos é a sensação de solidão que você tem quando percebe que chegou a um novo país onde não conhece ninguém, onde você nunca esteve (no meu caso específico) e onde já está fazendo um frio considerável (Em Brasilia fazia 30 graus quando sai, em Toronto fazia -3 quando cheguei). A gente pára e pensa: Que diabos estou fazendo aqui? Por que saí de lá? E esta é a grande pergunta que tento manter em mente para não juntar tudo e voltar neste exato momento para o Brasil: por que eu quis sair de lá? Todos que pensam em imigrar sozinhos, devem levar em consideração este sentimento que provávelmente sentirão ao chegar, Você vê pessoas falando ao telefone, encontrando com famílias, sorrindo e você está lá... sozinho, mesmo sabendo que mesmo longe, há muitas pessoas que gostariam de estar falando com você agora.
Acredito que quando eu começar a trabalhar, daqui a 2 semanas, vou conhecer gente, estar numa nova cidade, estar tentando mobiliar minha nova casa e espero que assim a adaptação seja mais fácil. Por enquanto ainda estou com muita saudade de todo mundo, e da minha família acima de tudo.
Daqui a pouco vou sair para dar uma olhada na cidade, porque até agora não vi nada e nem entendi porque todo mundo tinha me dito que Montreal é linda...me pareceu uma cidade bem comum onde todo mundo fala francês... mas vamos ver.
Obrigado a todos pelas mensagens de apoio e os que quiserem me escrever, terei o maior prazer em responder. Agora é a hora de me comunicar com meus amigos, estou com saudades de todos...
Bom, acho que por enquanto é só... depois conto a todos minhas impressões de Montreal.
Abraços,